Evolução é um fato? É um dos melhores exemplos de boa ciência que temos à nossa disposição? Quando li a reportagem abaixo, tive uma forte reação que mesclou revolta e indignação. Passado algum tempo de digestão, resolvi escrever um comentário crítico sobre algumas das distorções que a mídia pseudocientífica se esforça para apregoar como ciência, mas que é, na verdade, uma cruzada darwinista que tenta impôr com veemência a teoria do naturalista inglês Darwin como um fato científico indiscutível. Vamos a ela [meus comentários estão destacados entre colchetes]:
Como nós sabemos que a evolução está de fato acontecendo?
Fonte: BBC, por Chris Baraunik
A evolução é uma das grandes teorias em toda a ciência [penso ser difícil dizer isso sem alto grau de subjetividade, assim como acho difícil comparar a TE com a gravitação universal ou o modelo atômico de Bohr]. Ela explica a vida: especificamente, como a primeira forma de vida gerou toda a gigantesca diversidade que nós vemos hoje, das bactérias até aos carvalhos e às baleias azuis [na realidade uma das grandes fragilidades da teoria da evolução é a ausência completa de explicação para o surgimento da primeira célula viva, haja vista a complexidade irredutível da mais simples forma de vida concebível e das condições contraditórias e mutuamente excludentes do ambiente para que isso ocorresse de forma espontânea].
Para os cientistas, a evolução é um fato [quais cientistas? todos eles? quais as evidências? essa é uma afirmação baseada em estatística ou apenas uma bravata?]. Nós sabemos que a vida evoluiu com a mesma certeza de que sabemos que a Terra é aproximadamente esférica, que a gravidade nos mantém sobre ela, e que as vespas no piquenique são chatas [simplesmente ignoram as inúmeras evidências em contrário - vide os materiais disponíveis neste site. Um engodo de retórica também].
Não que você não saiba que a mídia, em alguns países, rebaixa-a a “apenas uma teoria”, ou a despacha como uma mentira [sugestivamente os países teocráticos e atrasados, quem sabe].
Por que os biólogos estão tão certos sobre isto [e os bioquímicos, químicos, físicos etc.? agora "todos os cientistas" reduziram-se apenas aos biólogos...]? Qual é a evidência? A resposta mais simples é a que existem tantas coisas que é difícil saber por onde começar [mais outra bravata sem muito fundamento, como veremos adiante]. Mas aqui está um resumo muito apressado da evidência de que a vida, de fato, evoluiu [sic - na verdade, o texto abaixo mostrará a fragilidade das "certezas" até agora declaradas].
Pode ajudar se primeiro se disser o que a teoria da evolução de Darwin diz de fato. A maior parte de nós tem a ideia geral: organismos mudam ao longo do tempo, apenas os aptos sobrevivem, e de alguma forma os macacos se tornaram em seres humanos.
A teoria da evolução de Darwin diz que cada novo organismo é sutilmente diferente dos seus pais, e estas diferenças podem, às vezes, ajudar a procriação ou a impedir. Como os organismos competem por comida e parceiros, os que possuem características avantajadas produzem mais prole, como aqueles com características desvantajosas podem não produzir nenhuma. Então, dentro de uma dada população, características vantajosas se tornam comuns e as desvantajosas desaparecem [estas características observadas por Darwin na reprodução dos tentilhões e dos cães, por exemplo, explicam variações dentro da espécie e, em nenhum momento, a teoria da evolução explica como informação complexa e útil poderia surgir por mutações nos seres vivos].
Dado tempo suficiente, estas mudanças se acumulam e levam ao aparecimento de novas espécies e novos tipos de organismo, uma pequena mudança de cada vez [novamente: como? como um ser simples poderia dar origem a um mais complexo, que possui mais informação genética e cujas mutações intermediárias não seriam úteis para produzir um órgão irredutivelmente complexo, por exemplo? Parece que todas essas dificuldades foram jogadas no chapéu mágico do "dado tempo suficiente"].
Passo a passo, vermes se tornaram peixes, peixes vieram para a terra e desenvolveram quatro patas, estes animais quadrúpedes produziram pelos e – eventualmente – alguns deles começaram a andar em duas patas, chamaram-se a si mesmos “humanos” e descobriram a evolução [o registro fóssil é surpreendentemente silente nessas transições imaginárias aqui descritas. Existem, sim, seres intrigantes como o ornitorrinco e os peixes blênios, mas esses animais continuam apresentando questões impeditivas para a sua origem evolutiva e que podem ser encaixadas com facilidade no modelo criacionista].
Isto pode ser difícil de se acreditar [é mesmo! aqui eu estou de completo acordo]. Uma coisa é constatar que você não é idêntico aos seus pais: talvez seu cabelo tenha uma cor diferente, ou você seja mais alto, ou tenha uma natureza mais alegre [e continuo sendo um humano, como eles]. Mas é muito mais difícil de se aceitar que você é descendente, por incontáveis gerações, de um verme.
Muitas pessoas certamente não aceitam isso. Mas esqueça todo o drama por um momento. Ao invés disso, comece onde Charles Darwin começou: na sua porta.
O livro de Darwin, Sobre a Origem das Espécies, publicado em 1859, começa por convidar o leitor a olhar o que lhe é familiar. Não às inexploradas ilhas tropicais ou florestas distantes, mas à fazenda e ao jardim. Lá, você pode facilmente ver que os organismos passam suas características para sua prole, mudando a natureza daquele organismo ao longo do tempo [a mudança de natureza da prole nunca foi observada por Darwin. Cães continuaram sendo cães, plantas continuaram sendo plantas, e aves continuaram sendo aves. Não houve nem mesmo aumento de complexidade dentro da própria espécie. "Mudar a natureza do organismo" é uma licença poética muito descabida aqui].
Darwin destacou o processo de cultivo [de plantas] e criação [de animais]. Por gerações, fazendeiros e jardineiros têm, propositalmente, criado animais para serem maiores ou mais fortes, e plantas para produzirem melhores colheitas [vide comentário anterior].
Criadores [de animais e vegetais - breeders] trabalham exatamente como Darwin imaginou que a evolução trabalha [não, não trabalham. Eles escolhem deliberadamente as características desejadas e imaginadas para o propósito final: melhorar sua economia. Isso não ocorre de maneira cega e desajudada, como na teoria da evolução]. Suponha que você deseja criar galinhas que põem mais ovos. Primeiro, você deve encontrar aquelas que põem mais ovos do que as outras. Então você precisa chocar os ovos delas e assegurar-se de que as galinhas resultantes se reproduzam. Essas galinhas devem também pôr mais ovos [se isso não tiver um benefício imediato, para a TE, as galinhas mais poedeiras são descartadas - justamente o contrário do que ocorre com a atuação dos criadores de raças de animais, porque exaurem mais rapidamente os recursos através da postura. E essa característica da seleção natural é impeditiva na evolução de órgãos complexos].
Se repetir o processo com cada geração, eventualmente você terá galinhas que põem muito mais ovos do que as selvagens põem [mas não terá galinhas amamentando seus pintainhos nem latindo para cuidar da sua casa]. Uma galinha da selva – o parente selvagem mais próximo da galinha doméstica – pode pôr 30 ovos por ano, quando as galinhas da fazenda podem produzir dez vezes esta quantidade. Estas mudanças de geração a geração são chamadas “descendência com modificação”.
Uma galinha jovem pode ser em muitos sentidos similar aos seus progenitores: será reconhecível como uma galinha, e definitivamente não um tamanduá, e provavelmente será mais parecida com os seus pais do que será com outras galinhas [!!!]. Mas não será idêntica [talvez porque o Criador não desejasse um planeta de clones, que seria bastante entendiante].
“É isto que a evolução é”, diz Steve Jones, da University College London, no Reino Unido. “É uma série de erros que se acumulam” [principalmente nas universidades e museus].
Você pode pensar que a reprodução pode apenas fazer umas poucas modificações, mas parece não haver fim para estas ["parece não haver fim para estas" - opa! estamos mais modestos aqui! este tom está infinitamente mais brando do que as bravatas iniciais da reportagem!]. “Não há nenhum caso registrado de um ser mutável cessando de variar sob cultivo”, escreveu Darwin. “Nossas plantas mais antigas cultiváveis, como o trigo, ainda produzem novas variáveis: nossos animais domésticos mais antigos ainda são capazes de rápido desenvolvimento ou modificação” [até aqui nenhuma evidência de variação inter-espécies ou de acréscimo de informação. A variação dentro de uma mesma espécie sendo usada como explicação para a macroevolução parece ser um clássico exemplo do problema da indução].
A criação [breeding], argumentou Darwin, é essencialmente a evolução sob a supervisão humana. Ela nos mostra que as minúsculas mudanças de geração a geração podem se somar. “É inevitável”, diz Jones. “Está fadado a acontecer” [Ler comentários acima. Problema da indução. Eu tomo um exemplo muito modesto e faço uma generalização absurda, com evidências fracas e ambíguas, não explico os problemas inerentes e lanço-os no chapéu mágico do tempo].
Ainda, é um passo sair da criação cuidadosa de galinhas que põem mais ovos para a evolução natural de novas espécies. De acordo com a teoria evolucionária, aquelas galinhas são ultimamente descendentes dos dinossauros, e se você for ainda mais para trás, dos peixes [só me explique como, por favor].
A resposta é simplesmente que a evolução toma muito tempo para fazer grandes mudanças [olha o chapéu mágico aí, gente!]. Para se ter uma evidência disto, você deve olhar para os registros mais antigos. Você deve olhar para os fósseis.
Fósseis são as reminiscências de organismos que morreram há muito, preservados em rocha. Porque as rochas são depositadas em camadas, uma sobre a outra, o registro fóssil é, geralmente, estabelecido em ordem de data: os fósseis mais antigos estão no fundo [a diferença das taxas de flutuabilidade dos cadáveres também é uma explicação para a ordenação do registro fóssil].
Percorrendo o registro fóssil, fica claro que a vida mudou ao longo do tempo [na realidade, a vida era diferente muito tempo atrás. Não há transição clara e inconfundível entre um tipo de organismo e outro, sem que haja ao menos grandes doses de especulação e subjetividade].
Os fósseis mais velhos de todos são reminiscências de organismos simples como bactérias, com coisas mais complicadas como animais e plantas apenas aparecendo muito mais tarde [vide a taxa de flutuabilidade dos corpos]. Entre esses fósseis animais, os peixes aparecem muito antes que os anfíbios, pássaros e mamíferos. Nossos parentes mais próximos, os macacos, são encontrados apenas nas rochas mais rasas e recentes [os corpos de mamíferos flutuam por mais tempo na água, e há também uma teoria sobre zoneamento ecológico que pode explicar esses fósseis].
“Eu sempre penso que o caso mais convincente de evolução está no registro fóssil”, diz Jones. “É notável que uma página em cada seis no livro A Origem das Espécies lida com o registro fóssil. [Darwin] soube que este era um caso irrefutável de que a evolução aconteceu” [o registro fóssil, conforme apregoado pela TE, está completo em apenas dois lugares: os museus e os livros de história. Nenhum sítio fóssil, por mais completo e impressionante que seja, como, por exemplo, o folhelho Burgess, apresenta a cadeia evolutiva como preconizada na teoria. Darwin, na realidade, disse que uma contraprova de sua teoria seria a existência de registros fósseis sem explicação para seu surgimento - do que tivemos plena evidência a posteriori, como na Explosão Cambriana, por exemplo].
Ao estudar cuidadosamente os fósseis, os cientistas têm sido capazes de ligar muitas espécies extintas com aquelas que sobrevivem hoje, às vezes indicando que uma descende da outra [com muita subjetividade e não sem deixar larga margem para questionamento].
Por exemplo, em 2014 pesquisadores descreveram os fósseis de um carnívoro de 55 milhões de anos de idade chamado Dormaalocyon, que pode ser um ancestral comum dos leões, tigres e ursos de hoje. As formas dos dentes do Dormaalocyon evidenciam isto [pela forma dos dentes eu poderia também estabelecer a evolução do Tião Macalé a partir de um furador de papel].
Ainda, você pode não estar convencido. Estes animais podem todos ter dentes similares, mas leões, tigres e Dormaalocyons são ainda espécies distintas. Como nós realmente sabemos que uma espécie evoluiu em outra?
O registro fóssil é de muita ajuda aqui, porque este está incompleto [realmente, um registro fóssil incompleto beneficia muito a TE, pois na incompletude estão os seres imaginários que constituem os fósseis de transição - que nunca serão encontrados, porque nunca existiram de verdade]. “Se olhar para a maioria dos registros fósseis, o que você vê atualmente é uma forma que dura mais ou menos um longo tempo e depois a nova penca de fósseis que você tem é bem diferente do que tinha antes”, diz Jones [surpresa! dura mais ou menos certo tempo com a mesma forma e de repente muda rapidamente! não seria esperado justamente o oposto, conforme axiomas da TE?].
Mas conforme temos escavado mais e mais restos, um tesouro de “fósseis de transição” tem sido descoberto. Estes “elos perdidos” são intermediários entre as espécies familiares [os fósseis "de transição" descobertos são apenas assumidos e classificados como de transição. Em vários casos, alguns deles relatados neste site, ficou claro que a transição imaginada inicialmente não se observou. Um exemplo clássico é o do homem de Neanderthal, tido anteriormente como um precursor do Homo sapiens, mas agora classificado como uma espécie paralela. Mas há ainda muitos outros casos semelhantes].
De fato, antes nós dissemos que as galinhas são, em última instância, descendentes dos dinossauros. Em 2000 um time liderado por Xing Xu, da Academia de Ciências Chinesa, descobriu um dinossauro pequeno chamado Microraptor, que possuía penas semelhantes às das aves modernas e pode ter sido capaz de voar [sempre há um alto grau de subjetividade nessa reconstituição fóssil. É importante ao leitor saber que os fósseis por vezes são apenas marcas deixadas em rochas por seres que viveram há muito tempo, sendo, na maioria das vezes, evidências de pequenos fragmentos ou partes de corpos que já não estão presentes. A recomposição desses fósseis é um trabalho duro e que, em diversas ocasiões, apresenta lacunas que são preenchidas por dedução e indução. Já houve caso de uma espécie de dinossauro que nunca existiu de fato - o Brontossauro - que teve a cabeça montada na cauda ao invés do pescoço, e de um Apatossauro que teve a cabeça de outro animal montada em seu corpo. Dúvidas sobre esses dois animais persistiram até 1970, após durarem quase 100 anos. Aí vem a mídia pseudocientífica e adiciona as "certezas" que os próprios cientistas não têm. A paleontologia é um ramo fantástico da ciência, mas está longe de ser cheia de certezas e provas contundentes, como alegado].
É também possível observar a evolução de novas espécies enquanto ela ocorre. Em 2009, Peter e Rosemary Grant, da Universidade Princeton em New Jersey, descreveram uma nova espécie de tentilhão que veio à existência em uma das ilhas Galápagos: as mesmas ilhas visitadas por Darwin. Em 1981, um único tentilhão-da-terra chegou na ilha chamada Daphne Maior. Este era incomumente grande e entoava um trinado algo diferente do trinado dos pássaros locais. Ele era capaz de se reproduzir, e sua prole herdou suas características diferenciadas. Após algumas gerações, eles estavam isolados em termos reprodutivos: eles pareciam diferentes dos outros pássaros, e cantavam de forma diferente, então podiam apenas reproduzir-se entre si. Este pequeno grupo de pássaros formou uma nova espécie: eles se “especiaram” [e continuou sendo uma espécie de tentilhão, que não acrescentou informação ao seu DNA. Isso é plenamente aceito hoje no criacionismo, sem ferir qualquer princípio bíblico ou admitir a TE].
Essa nova espécie é apenas sutilmente diferente de seus antecessores: seus bicos são diferentes e trinam unusualmente. Mas é possível olhar muito além nas mudanças enquanto elas acontecem.
Richard Lenski, da Universidade Estadual de Michigan, está no cargo do experimento evolucionário mais extenso do mundo. Desde 1988, Lenski tem acompanhado 12 populações de bactérias Escherichia coli em seu laboratório. As bactérias são deixadas à sua própria sorte em containers de armazenamento, com nutrientes para se alimentarem, e a equipe de Lenski regularmente congela pequenas amostras. “Nós tentamos fazer isso todo dia”, ele diz.
As E. coli não são mais as mesmas como elas eram em 1988. “Em todas as 12 populações, as bactérias evoluíram para crescer muito mais rapidamente do que o seu ancestral”, disse Lensky. Elas se adaptaram ao mix específico de [nutrientes] químicos que ele dá a elas.
“É uma demonstração muito direta da ideia de Darwin sobre a adaptação através de seleção natural. Agora, cerca de 20 anos depois no experimento, a linhagem típica cresce 80% mais rápido do que o seu ancestral” [note que agora não se fala de evolução, mas de "adaptação", o que é bem diferente e nada sutil. É esperado que populações de bactérias com abundância de alimento e sem predadores presentes cresçam mais - isso se dá com praticamente todos os animais, até com os humanos].
Em 2008, a equipe de Lenski reportou que as bactérias deram um gigantesco passo adiante [há bastante entusiasmo aqui, como veremos abaixo]. A mistura em que elas vivem incluem um químico chamado citrato, o qual a E. coli não pode digerir [meia-verdade: a E. coli pode, sim, digerir citrato anaerobicamente. Toda a estrutura genética para isso já está presente na bactéria]. Mas 31.500 gerações no experimento, uma das 12 populações começou a se alimentar de citrato. Isto seria como os humanos de repente desenvolverem a capacidade de comer cascas de árvore [nesse caso, os seres humanos deveriam ter desenvolvido uma capacidade totalmente nova de digerir resina, o que não é comparável ao fato de a E.coli ter começado a digerir citrato. Na realidade, de acordo com informações divulgadas pelo site creation.com, a mídia pseudocientífica tenta dar a ideia de que a E. coli de Lenski teria começado a metabolizar o citrato, também conhecido como óxido cítrico ou TCA, mas isso simplesmente não é verdade. A E. coli comum sempre pôde metabolizar o TCA de forma anaeróbica. A mutação que ocorreu no experimento de Lenski apenas alterou uma propriedade do DNA da E. coli que Michael Behe chama de "o limite da evolução": um benefício adaptativo que depende de uma única mutação para acontecer e que, por isso mesmo, seria extremamente improvável de ocorrer para casos mais complexos, onde muitas mutações precisariam ser observadas de forma mais ou menos simultânea e cumulativa para proporcionar uma vantagem competitiva. Destaca-se que o experimento de Lenski equivale a alguns milhões de anos em gerações humanas, só que no mundo das bactérias. Portanto, seria esperado que as mutações da E. coli no experimento de Lenski fossem muito mais expressivas caso a TE de Darwin estivesse assim correta, mas isso não foi observado. Em outras palavras, o experimento de Lenski simplesmente mostrou o contrário: não foi possível observar a evolução significativa que se esperaria caso a teoria darwinista fosse uma verdade, como afirma a reportagem da BBC].
O citrato sempre esteve lá, disse Lenski, “então, todas as populações tiveram a oportunidade de evoluir a habilidade de usá-lo... Mas apenas uma das 12 populações achou uma forma de fazer isso”.
Neste ponto, o hábito de Lenski de regularmente congelar amostras da bactéria se provou crucial. Ele foi capaz de voltar atrás nas amostras mais antigas, e traçar as mudanças que levaram a E. coli a se alimentar de citrato.
Para fazer isso, ele teve que olhar sob o capô. Ele usou uma ferramenta que não estava disponível nos dias de Darwin, mas que revolucionou o nosso entendimento da evolução como um todo: genética.
Todos os seres vivos carregam genes, na forma do DNA.
Genes controlam como um organismo cresce e se desenvolve, e eles são passados dos pais para seus descendentes. Quando uma mamãe galinha põe um monte de ovos, e passa essa característica para sua prole, ela o faz através de seus genes.
Ao longo do último século os cientistas catalogaram os genes de diferentes espécies. Isso resultou em que todas as formas de vida armazenam informação em seu DNA da mesma forma: elas todas usam o mesmo “código genético” [e... ??? como isso poderia validar a TE?].
E mais ainda, organismos podem compartilhar os mesmos genes. Milhares de genes encontrados no DNA humano podem ser encontrados também no DNA de outras criaturas, incluindo plantas e mesmo bactérias [o que é altamente esperado se considerarmos que um único Criador tenha produzido todas as formas de vida conhecidas. Teria Deus de jogar fora todas as fôrmas de cada uma das criaturas e começar cada espécie do zero para ser reconhecido como Criador? Um artista, artesão, engenheiro ou arquiteto não reutiliza elementos de suas obras anteriores para criar as novas? Não seria essa uma evidência favorável a um único Autor da vida?].
Esses dois fatos implicam que toda a vida moderna descendeu de um único ancestral comum, o “último ancestral universal”, que viveu bilhões de anos atrás [sic].
Ao comparar quantos genes os organismos compartilham, nós podemos entender como eles estão relacionados. Assim, os humanos compartilham mais genes com os símios como chimpanzés e gorilas do que com outros animais, a um percentual de 96%. Isso sugere que eles são os nossos parentes mais próximos [essa é uma falácia de um método de classificação de seres vivos chamado de cladístico. Você pode classificar chapéus, carros, obras de arte e qualquer coisa com esse método. A TE usa essa classificação para inferir que há descendência ou ancestralidade comum entre os seres. Mas isso significaria a possibilidade de inferir que um Porsche é descendente de um Fusca que sofreu mutações aleatórias ao longo de milhões de anos, ou que a estátua do Moisés de Michelangelo descende da estátua do Davi do mesmo autor].
“Tente explicar isso de qualquer outra forma do que o fato de que essas relações são baseadas em uma sequência de mudanças ao longo do tempo”, diz Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres. “Nós temos um ancestral comum com os chimpanzés, e nós e eles divergimos desde então, daquele ancestral comum” [problema da indução, mais uma vez].
Nós também podemos usar a genética para traçar os detalhes das mudanças evolucionárias.
“Você pode comparar diferentes tipos de bactérias e encontrar os genes que eles compartilham”, diz Nancy Moran da Universidade do Texas em Austin. “Uma vez que você reconhece estes genes... você pode olhar para como eles evoluíram em diferentes tipos de populações” [mais uma inferência, que é fruto de ambiguidade causal. Há outra explicação para essa semelhança, conforme comentário acima].
Quando Lenski voltou através das suas amostras de E. coli, ele descobriu que as bactérias comedoras de citrato tiveram várias mudanças no seu DNA que as outras bactérias não apresentaram. Estas mudanças são chamadas mutações.
Algumas delas aconteceram muito antes de as bactérias desenvolverem sua nova habilidade. “Em si mesmas, [estas mutações] não conferiram a habilidade de crescer no citrato, mas criaram o ambiente para mutações subsequentes que então conferiram aquela habilidade”, disse Lensky [os dados do experimento de Lensky não foram publicados com nível de detalhe suficiente para entender o que realmente aconteceu no genoma da população da E. coli no experimento. De acordo com o site creation.com, o que pode ter ocorrido foi uma mutação que equivaleria, a título de comparação, a uma quebra em uma fotocélula que acende a luz da casa apenas quando o sol vai embora, mantendo a partir desse defeito a luz da casa acesa em todo o tempo, dia ou noite. Isso se referindo ao fato de que a E. coli pode transportar o citrato em condições anaeróbicas, mas agora o transporta em qualquer situação - aeróbica ou anaeróbica. Outra possibilidade seria uma mutação em um gene que controla o transporte de tartrato. Esse gene poderia ter "pifado" e permitido que outras substâncias fossem transportadas para dentro da célula, diminuindo a especificidade no processo de transporte. Seria como o caminhão do lixo agora passar na sua rua e pegar, além do seu lixo, seu jornal, suas rosas e seu gato. Em ambos os casos aventados, teria havido uma degeneração da capacidade de transporte celular da bactéria, e não uma melhoria. Isso é esperado em mutações aleatórias que têm, via de regra, o efeito de aumentar a entropia - ou a desordem, e não organizar ou acrescentar novas informações úteis ao genoma. Exatamente o contrário do que se quer dar a entender na reportagem].
Essa complexa cadeia de eventos ajudou a explicar por que apenas uma população evoluiu essa habilidade [só que a reportagem não fala que a E. coli não precisa e nunca precisou de citrato para sobreviver, mesmo no experimento, pois havia glicose à disposição, e que a bactéria reduziu sua capacidade de digerir glicose em 20%, o que é contraproducente pensando na sobrevivência da E. coli em longo termo].
Isso também ilustra um ponto importante a respeito da evolução. Um passo evolucionário particular pode ser extremamente improvável, mas se houver organismos suficientes sendo empurrados a dá-lo, um deles provavelmente irá fazer – e só precisa de um.
A E. coli de Lenski nos mostra que a evolução pode dar aos organismos novas habilidades radicais. Mas a evolução não faz as coisas ficarem melhores sempre. Seus efeitos são, ao contrário, ao menos aos nossos olhos, aleatórios [o experimento de Lenski na realidade mostra, sim, que a mídia apologética do evolucionismo pode ter habilidades radicais de contar metade da verdade e fazer um tremendo marketing favorável com algo que é justamente uma complicação para os darwinistas].
As mutações que levam a mudanças nos organismos são raramente para melhor, diz Moran. De fato, a maioria das mutações não têm impacto ou têm impacto negativo na forma como um organismo funciona [incluindo o experimento de Lenski, ao que tudo indica].
Nota: Mais uma vez vemos a infeliz tendência de distorcer a realidade para apregoar uma doutrina estranha que demanda tanta fé quanto precisa ter o mais singelo religioso. O tom ácido e desafiador do início do artigo da BBC foi abrandado ao longo do caminho, e as "provas" apresentadas em favor da evolução se mostraram, na melhor das hipóteses, dúbias e perfeitamente possíveis de conciliação com a ideia de um Criador que projetou com cuidado todas as coisas.
É óbvio que existe, sim, adaptação dos seres vivos. O problema é generalizar essa adaptação, que foi observada por Darwin e tantos outros, aplicando-a ao surgimento de seres extremamente complexos e dotados de gigantescas quantidades de informações genéticas específicas e úteis. Ainda mais, sem explicar satisfatoriamente como isso teria acontecido, jogando tudo no chapéu mágico do tempo. E o pior de tudo: tentando desafiar e ridicularizar quem não engole esse sapo.
De acordo com o Dr. Ariel Roth, 40% dos cientistas acreditam em um Deus que responde às suas orações, e esse percentual se manteve praticamente inalterado em pesquisas realizadas por cerca de uma década, mostrando que a teoria da evolução não está conseguindo converter mesmo os mais céticos de nós ao ateísmo. Longe de ser uma unanimidade entre indivíduos cerebrados, como alguns evolucionistas querem nos fazer acreditar, homens e mulheres de conhecimento reconhecem que há Alguém maior por trás do Universo maravilhoso que nos cerca.
Embora os criacionistas não tenham todas as respostas para as perguntas do tipo como que nos cercam, temos, sim, plena evidência científica de que podemos racionalmente crer em um Criador que é representado com muita clareza na Bíblia Sagrada.
"Diz o tolo em seu coração: 'Deus não existe'" (Salmo 14:1).
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_da_indu%C3%A7%C3%A3o
Roth, A. (2001) Origens: relacionando a ciência com a Bíblia. Casa Publicadora Brasileira.
Darwin, C. (2018). A origem das espécies. Edipro.
https://www.npr.org/2012/12/09/166665795/forget-extinct-the-brontosaurus-never-even-existed
https://creation.com/bacteria-evolving-in-the-lab-lenski-citrate-digesting-e-coli
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